Desejo do Papa passear por Roma e "mangiare" uma boa pizza com os amigos |
Destacam-se, no entanto, a formação
jesuíta que agradece por tê-lo presenteado com o “discernimento tão querido por
Santo Inácio, a busca diária para conhecer melhor o Senhor e segui-lo
sempre mais de perto”. Ou talvez a devoção a Santa Teresa de Lisieux, "uma
das santas que mais nos fala da graça de Deus e de como Deus toma conta de
nós”, à qual se confia ainda hoje nos momentos de dificuldades.
Destacam-se também as declarações do estilo: “sempre fui um sacerdote de
estrada” e “também agora eu gostaria de passear pelas ruas de Roma, cidade
muito bonita”. Talvez vestido “simplesmente como um sacerdote?”, pergunta a
jornalista. “Não abandonei totalmente o clergyman negro debaixo da batina
branca!”, responde o Papa e reitera ainda o seu desejo de "’mangiare’ uma
boa pizza com os amigos”: “Sei que não é fácil, e mais praticamente impossível.
O que nunca me falta é o contacto com as pessoas. Encontro muitas, muito mais do
que quando eu estava em Buenos Aires, e isso me dá muita alegria! Quando abraço
as pessoas que encontro, sei que é Jesus que me segura nos braços”.
Sobre a pobreza, são duríssimas as
críticas que faz ao sistema económico atual. Um sistema “injusto”, afirma, no
qual prevalecem o capitalismo e o lucro, que em si mesmos “não são diabólicos,
se não são transformados em ídolos”. “Não o são se são instrumentos”,
esclarece; pelo contrário, “se o bem comum e a dignidade dos seres humanos
passam ao segundo plano, por não dizer ao terceiro lugar, se o dinheiro e o
lucro se tornam fetiches a serem adorados, então, as nossas sociedades estão
arrasadas”.
"A humanidade - é, portanto, o
apelo do Santo Padre - e toda a criação devem deixar de estar a serviço do
dinheiro” e recoloca no centro “a pessoa humana, a sua dignidade, o bem comum,
as gerações futuras que vão povoar a terra depois de nós” que, de outra forma,
acabarão vivendo em um “monte de lixo e entulho". "O cristão é
inclinado ao realismo, não ao catastrofismo – acrescenta. Embora se,
precisamente por esta razão, não possamos esconder uma evidência: o sistema
atual é insustentável".
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