terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Encontro de Professores de Educação Moral e Religiosa Católica *** Retiro



Precisamos ter no nosso interior o ADN da transformação


Foi assim em ambiente de retiro, reflexão e partilha que os professores de Educação Moral e Religiosa Católica da Diocese de Portalegre-Castelo Branco se reuniram no passado dia 18 de fevereiro, no Seminário dos Missionários do Preciosíssimo Sangue, em Proença-a-Nova.
Depois da oração inicial, o Padre Francisco Garcia, mais conhecido por Pe. Paco, da Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue, partilhou com os professores momentos de reflexão neste início de quaresma.
“Fortalecei os vossos corações” é o tema que o papa Francisco escolheu para a sua mensagem quaresmal e foi um pouco também em volta disso que incidiu a reflexão.
Um momento de paragem, de entrar na intimidade, fechar as “portas” e deixar que o Senhor seja o protagonista, que no silêncio possamos escutar e interiorizar para depois poder dar aos outros. Desafiou a sermos profetas da palavra e o profeta é o que escuta no silêncio.
Reforçou também a oração como peça fundamental do viver do cristão. Fechar as “janelas” entrar nos nossos aposentos e orar. Não se preocupando com o tempo, mas com a qualidade desse tempo que dedicamos ao Senhor.
Depois de um breve intervalo, foi o momento de passar à celebração da Eucaristia. Um momento alto do encontro, à volta da mesa da palavra, em quarta-feira de cinzas. Neste dia somos colocados dentro do mistério. É um tempo de muita conversão, de muita oração, de arrependimento, um tempo de voltarmos para Deus.
Terminada a Eucaristia seguiu-se o almoço convívio oferecido pelos Missionários do Preciosíssimo Sangue e na parte da tarde um espaço para informações e preparação dos diversos encontros no âmbito da disciplina, de modo especial o encontro Diocesano do aluno de EMRC do 9º ano e Secundário a realizar no próximo dia 17 de Março em Alcains.
Partimos para mais um etapa nesta caminhada e como alguém dizia: “esta certeza de que o professor é "guardador" dos dons de Deus”.
Conceição Cardoso

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Conclusões da formação em EMRC

O Secretariado Nacional da Educação Cristã organizou a formação “ ‘A partir do coração do Evangelho’ - Hermenêutica do Programa, Instrumento de formação do Professor Reflexivo”, nos dias 6, 7 e 8 de fevereiro, no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, para Diretores diocesanos e suas equipas, professores cooperantes (vulgo orientadores de estágio) e outros professores.
Cerca de uma centena de participantes, provenientes das 20 dioceses do país, ouviram na sessão de abertura D. António Moiteiro, bispo de Aveiro e membro da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, falar sobre a importância e missão do professor de EMRC. Referiu que este não pode ter medo da sua identidade cristã e, sobretudo, nunca deve cair na tentação de “descafeinar o anúncio da ressurreição de Cristo. O professor de EMRC é igual a todos os outros, mas nunca pode esquecer a sua identidade própria”.
Num outro momento da formação, o padre Júlio Franklim Couto, na abordagem que fez do tema: “A hermenêutica bíblica numa disciplina confessional”, questionou os presentes sobre o espaço dado à Sagrada Escritura na EMRC e alertou que há que evitar quatro erros: o fabulismo – há que perceber que a Bíblia não é um conto para crianças; o arqueologismo – reduzir a Bíblia a um conjunto de histórias do passado; doutrinalismo – ficar apenas nas fórmulas, de modo a retirar afirmações para confirmar verdades; e finalmente o moralismo – reduzir a Bíblia a um conjunto de histórias edificantes.

As realidades são diferentes consoante as regiões do país, mas a vontade e a alegria de ser professor de EMRC é igual. E, como referiu o padre José Frazão, S.J.,  na sua intervenção “EMRC, profecia e dom: um jeito de ser Igreja”, os tempos não são fáceis, mas o professor de EMRC tem que enfrentar estes tempos de transição e desconforto, assumindo-se como uma presença qualificada e qualificante, capaz de marcar o lugar onde está; cabe-lhe cultivar a admiração e a gratidão pelo dom recebido, promover a liberdade, a criatividade e a responsabilidade. Há que reaprender a ser sal e fermento!
Cristina Sá Carvalho, do Departamento de Formação e Edições do SNEC, apresentou os “Pressupostos epistemológicos e pedagógicos do desenvolvimento curricular em EMRC, edição de 2014”, e Juan Ambrosio, da UCP,  falou das “Finalidades e Domínios de Aprendizagem em EMRC.”
Estas duas intervenções possibilitaram um olhar sobre os princípios orientadores do programa, bem como, a sua dinâmica intrínseca: finalidades, domínios de aprendizagem, metas curriculares, objectivos e conteúdos.
Este encontro teve também em perspectiva a realização do Fórum de EMRC,  “ ‘Unidos a Deus, ouvimos um Clamor’ (Evangelii Gaudium, n.ºs 187-192) A Alegria da Missão na Escola”, que acontecerá de 8 a 10 de maio próximo, onde se procederá ao lançamento dos novos manuais da disciplina.
O Encontro proporcionou ainda, em grupos e em plenário, a reflexão e o diálogo acerca de temáticas de interesse comum, como os domínios a privilegiar na formação dos professores e os modos de atuação por parte das equipas diocesanas no seu acompanhamento.
Foi, assim, um tempo de escuta, partilha e sobretudo de comunhão entre todos os presentes, que terminaram estes dias de formação com a convicção de que vale a pena ser professor de EMRC.

Departamento do Ensino Religioso Escolar
Setor da EMRC

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

QUARESMA DE 2015 *** HOJE PRECISO DE FICAR EM TUA CASA


  
A Quaresma coloca-nos em busca do melhor da nossa identidade de filhos de Deus e de irmãos uns dos outros. É tempo de preparação para a Páscoa em que celebramos a vitória de Cristo sobre a Sua morte e sobre todas as mortes. Por isso, a Quaresma é tempo de alargar as medidas, capacidades e horizontes do coração humano para que seja capaz de conter e originar os mesmos gestos de amor que sempre nascem de Cristo.
O Papa Francisco convida-nos a viver este tempo como um percurso para a formação do coração, ouvindo o grito dos profetas que levantam a voz para nos despertar, para não nos fecharmos em nós próprios nem cairmos na indiferença para com o irmão, indiferença já globalizada. E exorta a que as nossas comunidades e paróquias se tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença, pois, não podemos refugiar-nos num amor universal, pronto a comprometer-se lá longe, esquecendo o Lázaro sentado à nossa porta fechada: também por ele Cristo morreu e ressuscitou. Sendo por natureza missionária, a Igreja é enviada a todos e segue Jesus Cristo pela estrada que conduz a cada homem, diz-nos o Papa Francisco. Ora, Jesus Cristo continua a vir ao encontro de cada homem e de cada mulher oferecendo-se como hóspede e sentando-se à sua mesa, sem descriminação nem preconceitos, provocando a mudança de vida na alegria do Evangelho.

Lugar de encontro

Um dia Jesus entrou em Jericó e atravessava a cidade, como entrou na vida de cada um de nós e atravessa a nossa existência. Nesse dia, em Jericó, encontrou um rico cobrador de impostos chamado Zaqueu, homem pequeno, avarento, solitário, mal-amado do seu próprio povo. Mas, no mesmo homem de baixa estatura, o olhar de Jesus fez descobrir-se um homem novo, inquieto com a vida e capaz de coisas grandes, como a conversão, a reparação e a partilha.
“Hoje preciso de ficar em tua casa” disse Jesus a Zaqueu (Lc 19, 5). E Zaqueu acolhe-O com alegria. A hospitalidade de Zaqueu foi despertada e sustentada pela hospitalidade de Jesus – parou e olhou - manifestada na gratuidade dos gestos e das palavras. Jesus e aqueles com quem Se encontra tocam quando são tocados, reparam quando são observados, escutam quando são escutados, interrogam quando são interrogados. A hospitalidade foi, por isso, lugar do encontro e da mudança.

Sinal de credibilidade

Numa sociedade da indiferença, a hospitalidade pode mudar o mundo. De improviso ou preparada com antecedência, a hospitalidade valoriza a lógica do dom e antecipa-se, com generosidade e amor, às necessidades do outro. Desafia ao acolhimento das pessoas e disponibiliza-se para o caminho feito em comum. Valoriza o que une e torna efetiva a partilha de bens. Promove a troca de experiências e aprende com todas as situações. Dá a primazia e prioridade ao outro para que se sinta bem e cuida da fineza do trato e da fraternidade. Cria proximidade, responsabilidade e desafia à caridade.
A hospitalidade é a cultura própria dos que são discípulos de Jesus Cristo, é uma escola de humanização. Ela torna-se estilo de vida e, gesto após gesto, transforma-se em cultura de um povo: “O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-los vós de igual modo” (Mt 7, 12). Na hospitalidade colhemos um sinal de credibilidade para o anúncio do Evangelho. A concordância das nossas ações, palavras e pensamentos é reveladora do tesouro que o nosso coração transporta. É muito mais difícil sentarmo-nos à mesa do pobre do que trazer o pobre à nossa mesa. Mas sentarmo-nos à mesa do pobre, desinstalarmo-nos e irmos à situação de vida do outro, é que diz a dimensão verdadeira da nossa hospitalidade. Foi assim que Jesus fez com Zaqueu e foi isso que colheu a transformação genuína da vida daquele homem.

A nossa partilha

A oração como amizade com Deus, o jejum como purificação dos desejos, a esmola como partilha fraterna são os sinais quaresmais da conversão. E todos falam de hospitalidade porque não são mínimos legais a cumprir mas sim convite ao oferecimento do melhor de nós a Deus e aos outros.
Todos os anos a nossa Diocese faz renúncia quaresmal como exercício de viver mais de Deus e mais para os irmãos e com os irmãos, dentro e fora das fronteiras geográficas, superando a indiferença e a dureza do coração. Nesta Quaresma, para além de continuarmos a ter em conta os nossos pobres, iremos orientar metade da nossa partilha para apoiar os cristãos do Iraque e do Médio Oriente que, de um dia para o outro, se viram obrigados a sair das suas casas e das suas terras, deixando tudo para trás e ficando à mercê da ajuda internacional. Para além dos massacres e do sofrimento que estão a viver, os cristãos que conseguem sobreviver à perseguição, continuam a necessitar de apoio da comunidade internacional para alimentação, medicamentos e a construção de casas e escolas nos campos de refugiados, sem esquecer a ajuda às congregações e seminários para que também consigam sobreviver e permanecer em território iraquiano.
Na partilha que fazemos, nas relações que estabelecemos, nas palavras que dizemos, saibamos exercitar a hospitalidade de Jesus como sinal de que somos discípulos seus. A hospitalidade exercitada, enquanto fruto amadurecido do nosso amor e da nossa fé, poderá matar a fome a muitos, ajudar muitos outros a redescobrirem o sentido da vida e a terem melhores condições para a viver. E poderá, sobretudo, dar a muitos a forte e transformadora experiência de receberem Jesus em suas casas com muita alegria. A nossa hospitalidade cristã e pascal pode transformar o mundo.
A todos desejamos uma Quaresma abençoada e uma Santa Páscoa.
 

Antonino Dias
Bispo de Portalegre-Castelo Branco

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

DIA DOS NAMORADOS EM VERDADE E AMOR




 O Dia dos Namorados é dia de alegria e de esperança! Dia para namorar, cantar, sorrir, brindar e sonhar, neste mundo que tantas vezes parece andar amuado consigo próprio. Dia para refletir, agradecer e continuar a projetar a vida num amanhã que se deseja cheio de luz e de prosperidade. É a primavera da vida a florir e a rasgar o futuro, descobrindo a pessoa do outro a quem se mirou e procura conhecer, deixando que esse outro seja ele mesmo, tenha o seu próprio espaço e seja respeitado na sua individualidade.
Nessa descoberta recíproca, nessa intercomunicação mútua, nessa revelação que cada um faz de si mesmo ao outro, se vai descortinando a força que o verdadeiro amor transporta em si e os cuidados que ele reclama.
E como é bom, bonito e saudável sonhar e concretizar um futuro a dois, em busca de uma família bem alicerçada e estável, garante de futuro feliz para marido, esposa e filhos, para a família e a própria sociedade!
Não dizemos nós, com o poeta, “que o sonho comanda a vida, que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança”? Sim, é o sonho que comanda a vida, mesmo quando a vida está preta para o lado de quem sonha e logo faz sentir os picos na concretização do projeto sonhado. De facto, desde o princípio que o ziguezaguear da existência humana a todos interpela e tantas vezes incomoda e aflige. Neste caso, reconhecemos que são muitos os contratempos com que se deparam os namorados, quando pensam casar-se e constituir uma nova família - a sua família! - que desejam plena de harmonia e de paz, de alegria e de felicidade.
A debilidade social, expressa sobretudo na cultura do provisório e numa acelerada derrapagem de valores, afeta e arrasta dificuldades e medos perante as opções fundamentais de vida que pedem compromissos definitivos.
A não empregabilidade ou precariedade no emprego e a inexistência de apoios dificultam, ou não permitem mesmo, a concretização desse projeto, tal como é ou foi idealizado a dois. No entanto, se o namoro for aquilo que deve ser, não deve haver receio de confiar, teimar e arriscar, em fidelidade criativa, dando e recebendo com alegria e humildade.
Para nós, o namoro é também um itinerário de fé, um tempo de graça, um trajeto apoiado na importância do ser humano, no valor da vida e da família, no Amor de Deus fonte de todo o amor e fidelidade, nos gestos pequeninos e pequeninas atenções de cada dia.
A Comissão Episcopal do Laicado e Família saúda com fundada esperança os namorados e, de uma forma especial, todos quantos procuram o sentido e o valor do Matrimónio Cristão e para ele se preparam na exigência da verdade e do amor.  

Comissão Episcopal do Laicado e da Família