terça-feira, 22 de maio de 2018

Temos um novo cardeal - D.António Marto


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A nomeação cardinalícia do bispo de Leiria-Fátima foi, de certeza absoluta, uma surpresa para a maioria daqueles que se ocupam destas "cousas" da Igreja na sua organização e governo. O Papa tem vindo a reforçar o papel das “periferias” no Colégio Cardinalício, bem como o carácter universal da Igreja. Por essa razão é que esta nomeação é tão surpreendente.
 Francisco é sem dúvida um Papa reformador. Ao nomear um cardeal para Tonga, que eu próprio tive que procurar no mapa a sua localização, e ao não fazê-lo, por exemplo, para Veneza, onde antes foi cardeal o Papa João XXIII, revela que quer uma Igreja próxima dos cristãos e mais humilde no serviço. E sabemos que enquanto o catolicismo "afrouxa" no mundo ocidental, floresce nessas periferias como a Ásia ou a África.
 Do meu ponto de vista, esta nomeação tem dois aspetos a salientar: 1º o Pontífice reconhece em D. António Marto a humildade e a proximidade com que se relaciona com aos fiéis cristãos, além de plena comunhão com a sua reforma; 2º ao mesmo tempo revela novamente a sua espiritualidade mariana. É bem conhecida a devoção do Papa. Basta recordar a forma como confia à virgem as suas deslocações ao estrangeiro, quando visita a Basílica de Santa Maria Maior, ou então, a nova festa da Igreja que ainda ontem celebramos pela primeira vez: Maria, Mãe da Igreja. A mensagem de Fátima ganha assim uma nova dimensão. Estamos em pleno mês de Maria.
 Quanto ao primeiro ponto, o Papa Francisco já disse repetidamente que o título cardinalício não é honorífico. Recordo a homília do segundo consistório, em 2014: «Já o diz o próprio nome - cardeal -  que evoca o fundamento. Portanto, qualquer coisa que não é acessório, decorativo, que faça pensar numa condecoração, mas um eixo, um ponto de apoio e de movimento essencial para a vida da comunidade. (...) Na Igreja toda a presidência vem da caridade, deve ser exercida na caridade e tem como objetivo a caridade.»
 Do pouco que conheço de D. António Marto, a simplicidade e humildade são duas características que se evidenciam num primeiro contacto. Na reação à sua nomeação estas são bem evidentes, bem como a disponibilidade a colaborar no governo da Igreja, assim que o Bispo de Roma o solicite, e contribuir nas reformas iniciadas por Francisco. O bispo de Leiria-Fátima, na referência que faz ao seu pai, demonstra outra qualidade a que o Papa chama à atenção frequentemente, a resistência ao orgulho: «O meu pai não gostava muito que eu fosse padre, mas depois aceitou. Era um homem de fé católica, muito praticante. Um dia chamou-me à parte, depois da ordenação e disse: ‘lembra-te sempre que vens de uma família humilde, que não te suba o poder à cabeça’. E eu sigo este legado que o meu pai me deixou. Nunca me subiu o poder à cabeça nem aspiro a lugares de poder.»
 A Magnanimidade cardinalícia está em amar sem fronteiras. Quanto mais se alarga a responsabilidade no serviço da Igreja, mais se deve alargar o coração. Saber amar sem fronteiras e ao mesmo tempo cada fiel na sua situação particular e com gestos concretos.
D. António Marto, faço votos dos maiores sucessos no seu novo serviço a Deus e aos irmãos.
Dr Paulo Vitória, "iMissio"

quinta-feira, 17 de maio de 2018

uma “oportunidade para os alunos progredirem e descobrirem o valor da vida”

Bispo da Guarda reafirmou, a disciplina como lugar de conjugação de saberes



D. Manuel Felício escreveu ontem aos pais e encarregados de educação da diocese beirã para afirmar a EMRC como uma “oportunidade para os alunos progredirem e descobrirem o valor da vida”.
Na mensagem, publicada no site da diocese, o prelado sustenta que a escola é lugar de “muitos saberes” sustentando que a disciplina de EMRC é “um saber maior, que pretende conjugar todos os outros saberes e colocá-los ao serviço do bem completo de todas e cada uma das pessoas”:
“As aulas Educação Moral e Religiosa Católica pretendem cultivar este saber, acompanhando os alunos e abrindo-lhes caminhos de vida verdadeiramente feliz”.
Num convite aos alunos a que se inscrevam na disciplina D. Manuel Felício lembrou a importância do diálogo “com os pais e encarregados de educação” e pediu aos mais velhos “acompanhamento” dos discentes “nos processos que estas aulas envolvem”.

 colaborador

domingo, 6 de maio de 2018

QUE A MÃE PROTEJA TODAS AS MÃES




Em Dia da Mãe, lembramos todas as mães da terra, aquelas que já partiram e aquelas que ainda correm em direção à meta. Damos graças a Deus por elas e por elas rezamos, confiando-as à proteção da Mãe de Jesus, a Senhora de Fátima. Rezamos por todas, mas, sobretudo, por aquelas que sofrem injustamente, que vivem sem qualidade de vida, sem amor, sem alegria, sem esperança, sem pão nem paz e são vítimas de violências sem conta.
Vamos viver, neste mês de maio, a Semana da Vida. A vida tem uma referência social associada ao amor e à responsabilidade. Todos temos o dever de defender a vida humana, pressuposto de todos os direitos. A vida não pode ser concebida como um objeto de uso privado que cada um pode usar ou deitar fora de acordo com os seus humores ou determinadas circunstâncias. Respeitamos a vida, recusamos a eutanásia e o suicídio assistido, pois não eliminam o sofrimento, acabam, isso sim, com a vida de quem sofre, é um retrocesso civilizacional. Também não defendemos a obstinação terapêutica, a chamada distanásia, a terapêutica desadequada e excessiva que impede que a natureza siga o seu caminho normal: é má prática médica e eticamente condenável. Defendemos a “carinhotarepia” e os cuidados paliativos, para todos, sempre melhorados em qualidade e eficácia, aqueles cuidados que intervêm ativamente no sofrimento, mitigam a dor e outros sintomas, proporcionam apoio e qualidade de vida ao doente e a seus familiares. E se não somos donos da nossa própria vida, muito menos somos donos da vida dos outros, desde a conceção à morte natural. Por motivos vários, muitas mães sentiram-se forçadas a abortar e vivem agora amarguradas e sem paz. Confiando na infinita misericórdia do Deus da Vida, que elas, de coração renovado e confiante, sejam capazes de levantar o ânimo e de voltar a enfrentar a vida com alegria e esperança. Mas outros abortos são feitos conscientemente e reiterados por muitas mães. Não queremos julgar ninguém, apenas queremos reafirmar que toda a vida humana tem valor e dignidade infinita, reclama acolhimento e proteção.
As crianças, porém, não têm só mãe, também têm pai. E os pais destas crianças assim descartadas, não podem passar como se nada tivesse acontecido, também são corresponsáveis, não podem lavar as mãos da sua consciência para se fazerem crer a si próprios que não têm nada a ver com isso...
Segundo a Organização Mundial de Saúde, são realizados entre 40 e 56 milhões de abortos por ano, 153.425 por dia, 6.393 por hora, 2 abortos por segundo. E segunda dados da Pordata, em Portugal, desde 2008 a 2015, sem contar os abortos clandestinos, foram praticados, voluntariamente, nos estabelecimentos de saúde, 149.725 abortos. “Uma sociedade será tanto mais moderna e avançada quanto melhor trata e cuida dos seus elementos mais vulneráveis, criando leis e normas que impeçam o mais forte de exercer o seu poder sobre o mais fraco”. Nem tudo o que é decidido e aplaudido por maiorias parlamentares tem em conta a ecologia humana e integral em prol do bem comum, muito menos pode ser ética e moralmente aceite.

ORAÇÃO PELAS MÃES

“Louvado sejas, meu Senhor, pelas Mães.
Pela Mãe de cada um de nós;
pela tua Mãe, Maria de Nazaré
que tu quiseste fosse também nossa;
por todas as Mães, ainda vivas ou já falecidas.

Porque todas as Mães são iguais perante o mistério da vida,
todas são mártires e santas,
todas colaboraram Contigo na continuação do género humano.

Louvado sejas, meu Senhor,
pelas Mães pobres e doentes;
pelas Mães sobrecarregadas pelo trabalho, no emprego e em casa;
pelas Mães doadoras de muitas vidas;
pelas Mães que não são amadas pelos seus filhos;
pelas Mães solteiras e pelas Mães que morreram ao dar à luz uma vida nova.

Louvado sejas, meu Senhor,
pela dedicação que cada um de nós recebeu de sua Mãe;
pela doação de todas as Mães a seus filhos;
e porque, no amor das Mães,
revelas o rosto materno do teu Amor a todos os homens.
Por Cristo, na unidade do Espírito Santo.” (Lopes Morgado, em “Lucas, e paz na terra”.

Antonino Dias
Proença-a-Nova, 04-05-2018.