O Concílio
Vaticano II teve como um dos principais objetivos a renovação de toda a Igreja.
Num dos seus documentos, declarou que este desejo de renovação “depende, em
grande parte, do ministério sacerdotal, animado do Espírito de Cristo” e
proclamou “a grande importância da formação sacerdotal” (OT1). Durante esta
Semana dos Seminários que decorre de 11 a 18 de Novembro, somos convidados a
ter presente, de forma especial, o Seminário, os nossos seminaristas e
quem os acompanha. O Seminário continua a ser o “coração da Diocese” pois esta
não pode viver sem o ministério ordenado. Jesus Cristo quis que os seus
discípulos “formassem um só corpo” e, para isso, “constituiu, de entre os
fiéis, alguns como ministros, os quais, na sociedade dos crentes, possuíssem o
sagrado poder da Ordem para oferecer o sacrifício, perdoar os pecados e exercer
oficialmente o múnus sacerdotal em nome de Cristo a favor dos homens” (PO 2).
Este serviço à comunidade cristã, porém, exige formação adequada e atenta que
encontra no Seminário o espaço normal e privilegiado, apesar de toda a
complexidade que a arte de educar envolve e os tempos reclamam. Os alunos da
nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco, porque são poucos, estão integrados
no Seminário do Patriarcado de Lisboa e, a partir de lá, frequentam também a
Universidade Católica. A escassez não nos deve levar ao desânimo, deve levar,
isso sim, a entender cada vez mais a responsabilidade que nos cabe em pedir
operários ao Senhor da messe, em promover uma pastoral paroquial e diocesana
toda ela imbuída do espírito vocacional, e a respeitar o processo e dinamismos
vocacionais sem ignorar que a crise de vocações é também uma crise de fé. Como
vos dizia na Carta Pastoral, “não podemos pensar a pastoral vocacional como uma
espécie de exercício de retórica em que se convence alguém de alguma coisa. A
pastoral vocacional deve ser, antes de mais, um processo que favoreça o
encontro de cada um com Deus, na vida íntima de oração, e, numa segunda fase,
àqueles que já conhecem Jesus Cristo e por isso se questionam sobre o plano de
Deus a seu respeito, ajudá-los a conhecer e descobrir a multiplicidade de
possibilidades, desde a vida matrimonial à vida consagrada, desde o ministério
ordenado ao laicado comprometido”. Nesta Semana dos Seminários, pensando mais
na vocação ao ministério ordenado, apelamos a todas as comunidades paroquiais,
movimentos e obras de apostolado que não se dispensem de refletir e falar
destes caminhos tão necessários e de promover uma oração vocacional concreta,
não esquecendo de pedir e valorizar também a oração dos doentes e idosos. Sem
esquecer que o primeiro seminário é a família, o dever de fomentar as vocações
é de toda a comunidade cristã.
D. Antonino Dias
Bispo Diocesano
Sem comentários:
Enviar um comentário