quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sem a oração a nossa atividade converte-se em puro ativismo



O Papa Bento XVI recordou ontem, na Praça de São Pedro aos fiéis e peregrinos reunidos, para a tradicional Audiência Geral, a prioridade da oração para os cristãos, como nos é narrado por São Lucas nos Atos dos Apóstolos (Cf. Ato 6).

Os apóstolos “cientes de que a prioridade da missão era o anúncio da Palavra de Deus”, não ignoravam o mandato de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Duas realidades que devem ser vivas na Igreja – “o anúncio da Palavra e a caridade concreta”, disse o Santo Padre, "criavam dificuldade" e era preciso encontrar uma solução para que ambas ocupassem os seus devidos lugares, a “necessária relação entre elas”.

Por isso, continuou o Pontífice, foram escolhidos “sete homens de boa fama para o serviço da caridade, ao passo que os Apóstolos se dedicariam inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. Estes devem gozar não apenas de “boa reputação”, mas devem ser “cheios do Espírito Santo”, ou seja, não apenas “organizadores que sabem fazer”, mas fazer no “espírito da fé, com a luz de Deus, na sabedoria do coração”.

Bento XVI citou o seguinte episódio, narrado por Lucas: “Marta, Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas; no entanto, pouca coisa é necessária, até mesmo uma só. Maria, com efeito, escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada"(Cf. Lucas 10, 41-42). Este e outros episódios ensinam-nos que, “no meio das atividades de cada dia, não devemos perder de vista a prioridade da nossa relação com Deus na oração”.

O Papa recordou que “num mundo acostumado a avaliar tudo segundo os critérios da produtividade e eficiência”, devemos lembrar que, “sem a oração, a nossa atividade esvazia-se, convertendo-se em puro ativismo, deixando-nos insatisfeitos.

A passagem dos Atos dos Apóstolos recorda-nos a importância do trabalho que, sem dúvidas, cria um verdadeiro e próprio ministério, no empenho das atividades quotidianas “desenvolvidas com responsabilidade e dedicação”, mas também mostra a nossa “necessidade de Deus”.

A oração deve ser para nós como que a respiração da alma e da vida”, afirmou o Santo Padre.

No final Bento XVI dirigiu a seguinte saudação aos peregrinos de língua portuguesa:

Uma saudação cordial aos diversos grupos de língua portuguesa, no meio dos inúmeros afazeres diários, é justamente na oração, alimentada pela Palavra de Deus, que encontrareis novas luzes para vos guiar em cada momento e situação. E que Deus vos abençoe a vós e às vossas famílias.

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