Em Dia da Mãe, lembramos todas as mães da terra, aquelas que
já partiram e aquelas que ainda correm em direção à meta. Damos graças a Deus
por elas e por elas rezamos, confiando-as à proteção da Mãe de Jesus, a Senhora
de Fátima. Rezamos por todas, mas, sobretudo, por aquelas que sofrem
injustamente, que vivem sem qualidade de vida, sem amor, sem alegria, sem
esperança, sem pão nem paz e são vítimas de violências sem conta.
Vamos viver, neste mês de maio, a Semana da Vida. A vida tem
uma referência social associada ao amor e à responsabilidade. Todos temos o
dever de defender a vida humana, pressuposto de todos os direitos. A vida não
pode ser concebida como um objeto de uso privado que cada um pode usar ou
deitar fora de acordo com os seus humores ou determinadas circunstâncias.
Respeitamos a vida, recusamos a eutanásia e o suicídio assistido, pois não
eliminam o sofrimento, acabam, isso sim, com a vida de quem sofre, é um
retrocesso civilizacional. Também não defendemos a obstinação terapêutica, a
chamada distanásia, a terapêutica desadequada e excessiva que impede que a
natureza siga o seu caminho normal: é má prática médica e eticamente
condenável. Defendemos a “carinhotarepia” e os cuidados paliativos, para todos,
sempre melhorados em qualidade e eficácia, aqueles cuidados que intervêm
ativamente no sofrimento, mitigam a dor e outros sintomas, proporcionam apoio e
qualidade de vida ao doente e a seus familiares. E se não somos donos da nossa
própria vida, muito menos somos donos da vida dos outros, desde a conceção à
morte natural. Por motivos vários, muitas mães sentiram-se forçadas a abortar e
vivem agora amarguradas e sem paz. Confiando na infinita misericórdia do Deus
da Vida, que elas, de coração renovado e confiante, sejam capazes de levantar o
ânimo e de voltar a enfrentar a vida com alegria e esperança. Mas outros
abortos são feitos conscientemente e reiterados por muitas mães. Não queremos
julgar ninguém, apenas queremos reafirmar que toda a vida humana tem valor e dignidade
infinita, reclama acolhimento e proteção.
As crianças, porém, não têm só mãe, também têm pai. E os
pais destas crianças assim descartadas, não podem passar como se nada tivesse
acontecido, também são corresponsáveis, não podem lavar as mãos da sua
consciência para se fazerem crer a si próprios que não têm nada a ver com
isso...
Segundo a Organização Mundial de Saúde, são realizados entre
40 e 56 milhões de abortos por ano, 153.425 por dia, 6.393 por hora, 2 abortos
por segundo. E segunda dados da Pordata, em Portugal, desde 2008 a 2015, sem
contar os abortos clandestinos, foram praticados, voluntariamente, nos
estabelecimentos de saúde, 149.725 abortos. “Uma sociedade será tanto mais
moderna e avançada quanto melhor trata e cuida dos seus elementos mais
vulneráveis, criando leis e normas que impeçam o mais forte de exercer o seu
poder sobre o mais fraco”. Nem tudo o que é decidido e aplaudido por maiorias
parlamentares tem em conta a ecologia humana e integral em prol do bem comum,
muito menos pode ser ética e moralmente aceite.
ORAÇÃO PELAS MÃES
“Louvado sejas, meu Senhor, pelas Mães.
Pela Mãe de cada um de nós;
pela tua Mãe, Maria de Nazaré
que tu quiseste fosse também nossa;
por todas as Mães, ainda vivas ou já falecidas.
Porque todas as Mães são iguais perante o mistério da vida,
todas são mártires e santas,
todas colaboraram Contigo na continuação do género humano.
Louvado sejas, meu Senhor,
pelas Mães pobres e doentes;
pelas Mães sobrecarregadas pelo trabalho, no emprego e em
casa;
pelas Mães doadoras de muitas vidas;
pelas Mães que não são amadas pelos seus filhos;
pelas Mães solteiras e pelas Mães que morreram ao dar à luz
uma vida nova.
Louvado sejas, meu Senhor,
pela dedicação que cada um de nós recebeu de sua Mãe;
pela doação de todas as Mães a seus filhos;
e porque, no amor das Mães,
revelas o rosto materno do teu Amor a todos os homens.
Por Cristo, na unidade do Espírito Santo.” (Lopes Morgado,
em “Lucas, e paz na terra”.
Antonino Dias
Proença-a-Nova, 04-05-2018.
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