D. José Traquina: «Sois a esperança de um amanhã melhor» (c/áudio): Bispo de Santarém desafiou alunos a “relerem o passado para rasgarem novos futuros”.
No VIII Encontro Nacional do Ensino Secundário (VIII ENES) para alunos de EMRC que decorre em Tomar até este sábado D. José Traquina “investiu” os alunos no compromisso “do bem ao serviço de todos” na linha da ação e ideários dos Templários.
Nas palavras que dirigiu aos cerca de 1700 que se reúnem na cidade do Nabão o Bispo de Santarém começou por convidar os alunos a contemplarem o Lugar onde se encontravam, o Convento de Cristo, e a percecionarem nele a história de tantos homens e mulheres com ideais que sonharam um futuro melhor para si e para os outros:
“Hoje, neste lugar, convido-vos a verdes por detrás do que vemos. Quem construiu esta maravilha que está diante de nós? Homens e mulheres que construíram este lugar porque tinham ideais! Homens e mulheres que sonhavam! Não eram egoístas! Isto constitui-se hoje como um grande desafio para nós”.
O prelado agradeceu aos alunos estarem inscritos em EMRC e aí “poderem debater o futuro comum de toda a sociedade”:
“Agradeço-vos por terem escolhido a EMRC. Aí, e no secundário, sois a esperança de Portugal porque escolhestes um lugar a vossa formação onde podeis, livremente, olhar o mundo, e todas as suas luzes e sombras e debater o futuro!”.
D...
sábado, 14 de abril de 2018
domingo, 1 de abril de 2018
ACREDITES OU NÃO, TAMBÉM MORREU POR TI!...
Nascido numa família humana, saudável e cheio de vitalidade,
cresceu em sabedoria, estatura e graça. Trabalhou de carpinteiro e tinha um
grande projeto a realizar: o projeto do Seu Pai para a salvação dos homens.
Como qualquer ser humano, porém, Jesus sentia fome, sono, sede, cansaço, era
sensível perante o sofrimento e a morte alheia, chorou por Lázaro, chorou sobre
Jerusalém. De olhar penetrante, bondoso e delicado, dia após dia e noite após
noite, nas margens do lago, no cimo dum monte ou onde quer que fosse, Ele
fascinava, cativava, edificava as multidões que o procuravam e Lhe pediam que
as não deixasse. A Sua maneira simples de ensinar as coisas mais complexas
deixava qualquer sábio pedagogo boquiaberto. A expressão do Seu olhar
manifestava força e determinação, firmeza de vontade, equilíbrio de emoções,
alegria e paz. Aqueles que O ouviam, ficavam maravilhados com a Sua
inteligência e nunca conseguiram apanhá-l’O em qualquer laço que lhe
armadilhassem. Tinha como amigos os simples, os humildes de coração, os
pequeninos, os pobres em espírito. Os inimigos foram os ambiciosos, os
hipócritas, os duros de coração, os que se julgavam justos, bons e sabedores.
Seguido e acarinhado pelas multidões, a elite mais incomodada com a Sua pessoa
faziam correr as opiniões mais díspares sobre quem é que Ele seria e o destino
a dar-Lhe.
E que fazer-Lhe se tanta mossa estava a causar a instalados
no poder e na injustiça, a sábios de leis e costumes inúteis, a religiosos de
piedade fingida e rotineira, Ele que dizia conhecer as Escrituras, que as
Escrituras davam testemunho d’Ele e que até já existia antes de Abraão?
Que fazer a este homem que congregava os injustiçados,
absolvia os pecadores, curava os doentes, dava vista aos cegos, o andar aos
leprosos, a vida aos mortos, ordenava ao mar, repreendia o vento, abalava as
estruturas do tempo, chamava hipócritas aos que se julgavam justos porque
falsos e fingidos, mandava dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de
César e até disse que edificaria o Templo em três dias?
Que fazer a quem reunia multidões que até se esqueciam de
comer, expulsava os vendilhões do Templo, falava como quem tem autoridade,
mandava até nos espíritos maus, expulsava demónios, desobedecia à lei do sábado
e do jejum, oponha-se ao divórcio, ensinava que a autoridade é serviço, que
quem quisesse ser o maior se tornasse o mais pequenino de todos, que era
preciso nascer de novo, que desviava para si a atenção do povo, dos jovens e
das crianças, que lavava os pés aos discípulos e se manifestava tão subversivo
na serenidade e tão pacificamente revolucionário?
Que fazer a este homem que multiplicou os pães e os peixes,
que fez abundar a pesca e transformou a água em vinho, que passava noites
inteiras em oração e apreciava a natureza, a noite, as montanhas, o mar, que
chamava a atenção para a beleza dos lírios dos campos que nem trabalham nem
fiam, e para os passarinhos que não semeiam, não colhem, nem juntam em armazéns
e Deus cuida de uns e outros, Se servia de imagens da natureza para comunicar e
ensinar, em pequeninas histórias, a beleza da Sua mensagem?
Que fazer quando os Seus próprios parentes diziam que Ele
“tinha ficado louco”, os doutores da lei afirmavam que Ele estava possuído por
Belzebu, que era um blasfemo e uma espécie de formiga branca na sociedade, um
terrorista social indesejável?
Que fazer a este homem que à Samaritana Se apresenta como o
Messias que havia de vir ao mundo, no Seu Batismo e na Transfiguração o Pai Se
manifesta dizendo que Ele é o Seu filho muito amado, Natanael professa que Ele
é o Filho de Deus e Rei de Israel, Marta afirma que Ele é o Cristo, o Filho de
Deus que haveria de vir ao mundo, os Apóstolos pescadores reafirmam que
verdadeiramente Ele é o Filho de Deus, e Ele próprio afirmava que Deus era seu
Pai, dizia-se igual a Deus, que Ele e o Pai eram a mesma coisa, e mesmo diante
do Pontífice afirma ser o Messias, o Filho de Deus, que era rei mas que o seu
reino não era deste mundo, e até os anjos O vieram servir no deserto?
Que fazer a este homem a quem até o vento e o mar lhe obedecem,
o povo se extasia porque nunca ouviu ninguém falar como esse homem, nunca viu
nem ouviu coisa assim, que presenciou e viu, na verdade, fazer coisas tão
estranhas?
Isto era coisa demais para aquelas cabecinhas muito seguras
de si e donas da verdade. Eles pensavam ter o monopólio de falar sobre o
Messias que haveria de vir. Sim, até pensariam que Ele, o Messias, ao chegar,
até haveria de ir ao encontro deles para os saudar com mesuras e salamaleques e
lhes perguntar o que é que havia a fazer e se lhe permitiam fazê-lo!
Mas Jesus não deu o braço a torcer, era livre demais, sabia
o que queria e era obediente ao Pai. Veio para os pecadores e para os doentes
que precisavam de médico. Mas a coisa foi-se tornando insustentável, foi-se
agudizando cada vez mais, tornou-se mais incómoda, mais tensa, sem saberem
muito bem o que Lhe haviam de fazer. É verdade que alguns daqueles que ouviam
as palavras de Jesus diziam: De onde Lhe vem esta sabedoria e estes milagres?
Este homem não é filho do carpinteiro? A Sua Mãe não se chama Maria e Seus
parentes não são fulano e fulano …? Então de onde Lhe vem tudo isto?. E
escandalizavam-se por causa de Jesus. Outros diziam que Ele era João Batista;
outros, Elias; outros ainda, que era Jeremias ou algum dos profetas. Outros, por
sua vez, diziam: «Ele é realmente o Profeta». Outros afirmavam: «É o Messias».
Outros, porém, diziam: «Poderá o Messias vir da Galileia? Não diz a Escritura
que o Messias será da linhagem de David e virá de Belém, a cidade de David?».
Outros, casquilhavam: “É um profeta como os profetas antigos”. Herodes, porém,
disse: “Ele é João Batista. Eu mandei-o decapitar, mas ele ressuscitou”. E vós
quem dizeis que Eu sou?, perguntou Cristo a Pedro e Pedro respondeu: “Tu és o
Messias”, “o Filho de Deus vivo”.
Até que a medida transbordou. Chegada a hora, pelo silêncio
da noite, lá veio uma multidão, armada de espadas, paus e varapaus ao encontro
de Jesus e Judas entrega-O com um beijo! Aquele que passou pelo mundo fazendo o
bem, estava numa angústia de morte, suou sangue, foi preso, traído pelos
amigos, abandonado pelas multidões, levado de Anás para Caifás, de Caifás para
Pilatos, de Pilatos para Herodes, de Herodes para Pilatos, esbofeteado,
cuspido, flagelado, vilipendiado, zombado, escarnecido, coroado de espinhos. E
Pilatos disse: “não encontro nenhum crime n’Ele” e “Herodes também não
encontrou”. E a mulher de Pilatos mandou dizer-lhe: “não te envolvas com esse
justo”. Mas eles gritaram: “Mata esse homem! Solta-nos Barrabás”, “Crucifica-O,
crucifica-O”. “Mas que mal fez Ele?”, “Crucifica-O”. Pilatos, porém, para
agradar à multidão, dizendo que não era responsável pela morte desse homem,
lavou as mãos, mandou flagelar Jesus e entregou-O para ser crucificado.
Pregaram-n’O na cruz, deram-Lhe vinagre a beber, sortearam as Suas vestes,
insultaram-n’O, ironizaram, espetaram-Lhe uma lança no peito, mataram-no,
injustiçado, sem dó nem piedade, e confirmaram a Sua morte. O oficial do
exército, porém, que estava em frente da cruz, ao ver como Jesus tinha expirado
e os fenómenos que se associaram a este momento, exclamou: “Verdadeiramente,
este homem era o Filho de Deus!”. Infelizmente, este reconhecimento veio tarde
demais para Jesus, mas, por certo, foi momento de graça para esse centurião. No
entanto, a morte de Jesus continua a ser escândalo para uns e loucura para
outros, mas poder e amor de Deus para todos, quer se queira e se acredite quer
não se acredite nem se queira.
Antonino Dias
Castelo Branco, 29-03-2018
Subscrever:
Mensagens (Atom)