Entre os dias 20 e 30 de Julho, mais de uma centena e meia de
jovens de diversas zonas da diocese de Portalegre e Castelo Branco, rumaram a
Taizé para uma experiência de encontro, de partilha e de comunhão.
O que os unia? Tinham como denominador comum o facto de serem
alunos da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica e, se uns iam pela
primeira vez, outros faziam dessa experiência um reencontro. Não estiveram sós,
mas juntaram-se a milhares de jovens e adultos provenientes de uma
multiplicidade de países, culturas, modos de viver e de crer.
Mas o que tem de tão especial Taizé, para que tantos jovens
se disponham a trocar o conforto das suas casas pela exiguidade de uma tenda?
Lendo o testemunho de vários jovens encontramos a resposta. Em Taizé revela-se
o que há de mais bonito na vida de cada jovem, em momentos especiais e únicos
que, de modo imprevisto, tocam a sensibilidade e reavivam a fé e a confiança.
O que há de comum em todos os testemunhos destes jovens é o sentido
da busca e a busca de sentido. Para a imensidão de jovens
que acorreram a Taizé, este local representa uma busca de sentido e
concretiza-se no sentido da busca … um sentido e uma busca que, na riqueza da
diversidade, constroem comunhão.
Ao longo de 10 dias, através dos momentos de encontro e de
partilha, do diálogo nos pequenos e grandes grupos, do trabalho cooperativo, da
participação nos workshops, da oração comunitária e do silêncio, todos foram
convidados a ser arautos e protagonistas de uma nova solidariedade, capaz de
dar sentido à busca e de iluminar a busca do sentido. Interpelados pela riqueza
da partilha e do testemunho de vida, o sentido e a busca foram ganhando uma
nova profundidade.
O sentido conduziria uns à descoberta de um caminho capaz de
apontar uma direcção, uma meta, ou simplesmente um rumo para se tornar
“peregrino da confiança” na vida quotidiana; a outros levaria à compreensão do
que é essencial para o seu dia-a-dia e a fé, num espírito de verdadeira
fraternidade e na descoberta de que o que faz sentido para uma vida plena
vive-se na simplicidade do coração; noutros o espírito de comunhão foi sentido
em cada gesto, em cada melodia, em cada momento de diálogo ou de recolhimento,
testemunhando a presença de um Deus que é amor e que convida, de modo pessoal e
comunitário, a simplificar a vida, a montar e a desmontar a tenda das nossas
prioridades, a viver a alegria da descoberta e do encontro, a escutar e a
valorizar os que vivem na inquietude, na dor e no sofrimento, a irradiar luz e
felicidade para o mundo, a estabelecer elos de “comum” unidade (comunidade),
enfim a formar com toda a humanidade uma verdadeira família em Cristo.
Após o regresso à base da montanha, vivendo uma
transfiguração espiritual, o espírito de Taizé continua a ecoar: “vai! Monta a
tua tenda e constrói uma nova solidariedade!”.
Profª Dina