sexta-feira, 15 de junho de 2012

AS MATRÍCULAS EM EDUCAÇÃO MORAL E RELIGIOSA CATÓLICA



A dimensão religiosa é constitutiva da pessoa humana e faz parte da educação integral. De entre os espaços educativos, a família é o primeiro, o mais nobre e eficaz. É na família que os filhos aprendem os valores humanos e cristãos. É na família que se educa para o diálogo e a cidadania, para a justiça e a paz. É na família que se treina a convivência construtiva e pacífica, se aprende a solidariedade e a partilha, se desenvolve a capacidade de perdão e de tolerância, o respeito pelo outro e o acolhimento do diferente. É na família que se aprende a respeitar as normas e a autoridade, a contribuir para o bem de todos e de cada um. É na família que se fomenta a cultura do amor e da alegria, da corresponsabilidade e da participação para edificação do bem comum. É ainda em família que se aprende a festejar a vida, a encarar o sofrimento com olhar diferente e a ver a morte em dimensão cristã.

Educar é um direito-dever da família, dos pais. É um direito-dever essencial, original e primeiro, insubstituível e inalienável que não pode ser totalmente delegado ou usurpado por outros (FC36). Felizes as crianças, adolescentes e jovens que aprendem a saber ser, a saber estar, a saber fazer, a saber viver e conviver no seio da própria família, comunidade de vida e de amor.
Sendo a tarefa de educar um verdadeiro ministério, os pais, por mais diligentes e preparados que estejam, reconhecem, na linha da mesma diligência e bem que querem aos filhos e para os filhos, a complexidade e a dificuldade desta missão. Por isso, muitos sentem o dever de procurar tudo aquilo que os possa ajudar e está ao seu alcance. Um desses meios de capital importância é, também na Escola, a Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) que está ao serviço da pessoa, da cultura e dos saberes. Não é um privilégio ou favor concedido, não depende da boa ou má vontade das direções das escolas ou dos diretores de turma. É um direito dos pais e alunos, está consagrado na legislação e contribui para a educação global da pessoa.
Esta disciplina permite ao aluno o reconhecimento da sua identidade, a valorização das suas capacidades e riquezas interiores, a abertura ao transcendente e aos outros, a descoberta do valor positivo da vida, e, progressivamente, a construção de um projeto pessoal de vida através da escuta e do diálogo da fé com a cultura e os saberes que se vão adquirindo. Por isso, esperamos que os pais, ou encarregados de educação, com a sensibilidade e o carinho que lhes merece a dimensão religiosa na educação integral dos seus educandos, valorizem a disciplina de EMRC junto dos mesmos, se empenhem pela sua inscrição no ato das matrículas, do 1º ao 12º ano de escolaridade, e cuidem para que a disciplina tenha uma integração justa nos horários escolares e não seja empurrada para um canto incómodo do horário que a desvalorize e desmotive os interessados.
Em conjugação com os pais, os párocos, que têm também uma missão formativa, esclareçam e sensibilizem as comunidades cristãs para o lugar e a importância da EMRC, estimulem a inscrição na mesma e procurem colaborar com os Professores de EMRC das escolas da sua área pastoral. Aos professores pedimos, também no ato das matrículas, o necessário acolhimento e diligência, o diálogo e a colaboração com a escola, com os pais e com os responsáveis das comunidades cristãs, tendo em vista o esclarecimento, a responsabilização e a colaboração mútua.
Portalegre, 15 de Junho de 2012.
Antonino Dias
Bispo de Portalegre-Castelo Branco.

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